Diante de tanta polêmica envolvendo o mito de uma versão esquecida, um dos diretores mais queridos de Hollywood parece ter ascendido ainda mais em meio à sólida base de fãs que já possuía. Zachary Edward "Zack" Snyder nasceu em Green Bay, Wisconsin no dia 01 de março de 1966. Após o término do ensino médio, mesmo já tendo iniciado a faculdade de cinema, a sua mãe o inspirou a estudar pinturas durante um ano na Heatherley School of Fine Art, na Inglaterra. Depois, Snyder estudou no Art Center College of Design em Pasadena, California. Ele iniciou sua carreira como diretor de fotografia para comerciais de TV de marcas de automóveis e de outros ramos. Também dirigiu alguns videoclipes de bandas alternativas, até finalmente realizar a sua estreia nos cinemas em 2004 com o filme de terror Madrugada dos Mortos (Dawn of the Dead), um remake do filme homônimo de 1978 do grande “pai dos zumbis” George A. Romero. O longa rendeu um bom retorno de bilheteria e grandes elogios da crítica. No mesmo ano, Zack Snyder ainda co-fundou a Cruel and Unusual Films, uma produtora que ele criou junto com a esposa Deborah Snyder e o parceiro produtor Wesley Coller.
Nos anos seguintes o diretor passou a ser conhecido por suas adaptações baseadas em HQs. Os filmes de super-heróis como 300 (2007), Watchmen (2009) e os filmes do universo cinematográfico da DC Comics como O Homem de Aço (2013), Batman vs Superman: A Origem da Justiça (2016) e a misteriosa versão de Liga da Justiça (2017), moldaram o seu estilo cada vez mais voltado para os climas sombrios e realistas de suas produções. Talvez, o grande marco para um diretor, seja justamente o alcance de sua identidade. É legal quando uma produção chega ao público e todos enxergam nitidamente quem é o profissional por trás. É como uma impressão digital. Feito alcançado por grandes nomes como Tim Burton, Quentin Tarantino, Woody Allen, Martin Scorsese, Denis Villeneuve (este mais recentemente), entre outros.
Mas apesar de uma carreira estruturada e bastante promissora, nem tudo foram flores. Em 2017, Zack Snyder deixou o cargo de diretor da Liga da Justiça por conta de uma grande tragédia: o suicídio da filha. De acordo com o site Hollywood Reporter, Autumm Snyder, que tinha 20 anos, morreu em março, mas a informação foi divulgada pelo cineasta apenas em maio daquele mesmo ano.
"Na minha cabeça, acreditei que seria algo catártico voltar ao trabalho, para me enterrar nele e achar um caminho ali. As exigências do trabalho são bem intensas, consome demais. Nos últimos dois meses eu percebi... Decidi dar um passo atrás do filme para ficar com minha família, meus filhos, que realmente precisam de mim. Todos estão passando por uma época dura, e eu também estou."
O longa-metragem da Liga da Justiça continuou com a data de estreia prevista para novembro de 2017 e quem continuou com o projeto nos meses que restavam de produção foi Joss Whedon, responsável por Os Vingadores dos Estúdios Marvel. Deborah Snyder, esposa do diretor e uma das produtoras do filme, também se afastou devido à morte da enteada. O longa estreou seguindo os eventos de Batman vs Superman: A Origem da Justiça. O filme marcou o encontro de alguns dos principais heróis da DC Comics: Mulher-Maravilha (Gal Gadot), Flash (Ezra Miller), Aquaman (Jason Momoa), Ciborgue (Ray Fisher) e, claro, Batman (Ben Affleck) e Superman (Henry Cavill). Mas ficou por isso mesmo. O filme recebeu críticas negativas e fracassou nas bilheterias: arrecadou US$657 milhões, pouco mais que o dobro do seu orçamento. O valor não é apenas abaixo do que os filmes da Marvel costumam faturar, mas também dos próprios filmes da DC/Warner. Liga da Justiça pode não ter sido um longa marcante, mas ele fez parte do que talvez seja uma das histórias mais curiosas do cinema nos últimos anos.
Desde o seu lançamento, fãs argumentaram que os defeitos de Liga da Justiça têm uma simples explicação: a versão que foi para o cinema não é a que Snyder idealizou e que, em algum lugar, existiria uma segunda versão. Esse novo corte mais longo, sombrio e com ideias que foram descartadas do material final, ficou conhecido como “Snyder Cut”. Fãs do mundo todo iniciaram a campanha #ReleaseTheSnyderCut (Liberem o Corte do Snyder). A Warner recebeu milhares de mensagens e 180 mil pessoas assinaram uma petição pela versão estendida. O movimento chegou até as grandes telas urbanas da Times Square em Nova York, durante a Comic-Con que acontece anualmente na cidade. Além do público, Snyder e os atores também alimentaram a campanha, o que resultou em um grandioso meme. Os atores Henry Cavill, Ben Affleck, Gal Gadot e Jason Momoa (que gravou um vídeo nesta quarentena praticamente implorando pelo corte do diretor), falaram que estava mais do que na hora da liberação acontecer - e não é que deu certo!?
As conversas entre Snyder, sua esposa Deborah e o presidente da Warner, Toby Emmerich, foram iniciadas em novembro de 2019. Zack e Deborah planejaram uma exibição do material em preto e branco para alguns executivos da Warner, do HBO Max e da DC, na casa do casal na Califórnia. A nova versão foi finalmente liberada e será lançada em 2021 pela plataforma de streaming HBO Max. Até o momento, pouco se sabe sobre o projeto e serão fornecidos pela Warner entre US$ 20 milhões e US$ 30 milhões para que Zack Snyder finalize a produção que será lançada na íntegra, com quatro horas de duração, ou dividida em uma série com seis episódios. Enquanto isso, os grandes fãs do diretor e dos incríveis heróis da DC Comics aguardam ansiosamente, com esperança de que este novo corte salve o universo cinematográfico da DC. O Canal Bang é grato a Snyder por sempre reconhecer e tratar o público com carinho, além de não desistir do projeto que marcou para sempre a forma como as grandes empresas enxergam a força e a vontade dos fãs.
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