Para quem foi fisgado pelo primeiro filme da série, com certeza vai amar essa sequência. O clima de tensão e suspense continua em alta, te fazendo emergir no filme e se contorcer a cada pequeno barulho.
Logo de início temos a visão do primeiro dia, de como tudo começou e do primeiro contato das pessoas com os seres desconhecidos. Nesse ato, mesmo que sutilmente também somos apresentados a um personagem importante para o futuro da família de protagonistas. Marcado por um misto de ação e tensão, esse processo responde algumas das perguntas que fazíamos na obra anterior.
Em seguida voltamos ao presente da família, e sua busca por um novo abrigo, dessa vez com a vantagem de conhecer uma das fraquezas de seu inimigo, porém ainda vulneráveis aos próprios. A partir de então eles descobrem que naquele momento nenhuma pessoa é confiável, mesmo aquele pelo qual se tinha um vínculo. A ideia do "Cada um por sí" nunca foi tão verdadeira, deixando o quanto claro que um mundo caótico e a perda de todos que se ama não é tão bem digerido por todos. Mesmo quando um sopro de esperança surge, as consequências ainda são desastrosas, nos deixando ainda mais de coração na mão.
Como de se esperar a direção e o roteiro de John Krasinski, consegue segurar bem a sequência de acontecimentos, nos fazendo sentir o horror de cada momento como se fizéssemos parte de tudo aquilo, e mesmo só aparecendo nos momentos iniciais da obra, a ideia de um pai amoroso que está disposto a tudo para salvar seus filhos nos convence muito bem. Emily Blunt emociona como uma mãe que precisa se mostrar forte diante de seus filhos, e conduzir a sobrevivência de sua família, mesmo diante de imprevistos e da dor da perda. Cillian Murphy nos entrega a personificação de uma pessoa que já desistiu de quase tudo e luta apenas por sua sobrevivência, mas que, mediante o encontro com a família, mostra que ainda é humano e que seu instinto de benevolência não se perdeu.
Com uma determinação convincente e expressões marcantes, Millicent Simmonds encanta com uma personagem forte, que busca no exemplo do pai a coragem para enfrentar sozinha os perigos e encontrar a maneira de salvar sua família. Noah Jupe conseguiu trazer, em minha opinião, os momentos de maior tensão ( alguém amarra esse menino em algum lugar) diferente da personagem de Millicent Simmonds, o protagonista tem uma facilidade para se meter em problemas, ocasionando uma inquietação em suas cenas em ação.
Um Lugar Silencioso, cumpre muito bem seu papel de continuação, deixando quem gostou da primeira parte da franquia, satisfeito ao sair do cinema. Contudo apesar da excelência, o enredo silencioso e frenético do primeiro filme até então é muito marcante, fazendo deste uma excelente continuação mas ainda inferior à primeira adaptação.
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