O piloto de caça atemporal favorito do cinema retorna com um filme de ação de tirar o fôlego e roer as unhas, elevando ao máximo o que fizeram do original um sucesso que definiu os anos 80
Você pode achar que não precisava de uma sequência para o filme mais oitentista de todos os tempos, mas Top Gun: Maverick é muito mais divertido do que tem o direito de ser. Atualmente nos cinemas, o longa provou ser um sucesso de bilheteria ao trazer de volta a ação aérea emocionante do filme original, além do realismo e das cenas de desenvolvimento de personagens que chegam a beirar o brega da época. Mas isso não o faz menos envolvente.
Já se passaram mais de 35 anos desde o lançamento de Top Gun, no qual Tom Cruise mostrou seu sorriso como um aviador da Marinha Norte-Americana com um ponto a provar e um certo prazer infantil em brincar com brinquedos de alta velocidade (que por acaso são construído para matar pessoas, mas para nós pouco importa).
Tom Cruise supostamente resistiu a uma sequência por décadas, mas acontece que se você esperar tempo suficiente, uma bom roteiro se apresenta. Ele retorna ao cockpit como Pete "Maverick" Mitchell, ainda sentindo a famosa "need for speed", não importa o que o alto escalão diga.
Top Gun: Maverick pode não ter o mesmo impacto na cultura pop, mas sem dúvida supera o original em quase todos os departamentos. As sequências de voo são um presente em forma de som, edição e cinematografia, fazendo com que o público se sinta como se estivesse no cockpit ao lado de Tom Cruise. Embora os efeitos práticos sejam os principais pontos de discussão da maioria, Maverick também trabalha bem as relações interpessoais entre os personagens.
Isso é parcialmente porque Pete “Maverick” Mitchell está mais velho agora, andando na linha tênue entre o figurão que todos conhecemos e o instrutor severo responsável pela segurança de seus alunos.
Até certo ponto, o arco do personagem de Maverick reflete a trajetória de carreira de Cruise. Mais de 35 anos após o filme original, Maverick/Cruise ainda estão fazendo acrobacias malucas e se recusando a desacelerar. Claro, chega um momento em que o personagem é forçado a avaliar sua mortalidade. Maverick é confrontado com a noção de que ele pode fazer parte de uma raça em extinção. Da mesma forma, Cruise está entre os últimos de sua espécie, um ator que pode vender um filme baseado apenas no poder de seu carisma.
Maverick é forçado a enfrentar o futuro quando finalmente cumpre sua decisão de ser um instrutor Top Gun.
Mesmo quando Maverick ensina uma equipe de jovens pilotos, ele olha para o passado em busca de inspiração.
De certa forma, o que este filme leva mais a sério são conceitos como amizade, lealdade, romance e tudo bem, bromance. Tudo o mais que envolve outras noções, como o egoísmo patriótico, parecem brincadeiras e enfeites para dar a atmosfera de um filme de ação feito à moda antiga.
E essa sensação é claramente compartilhado por todo o elenco, de um memorável Ed Harris que implora por mais tempo de tela, ao sempre ótimo Glen Powell como o sedutoramente confiante “Hangman”, Greg Tarzan Davis como “Coiote”, Jay Ellis como “ Payback ”, Danny Ramirez como “Fanboy”, Monica Barbaro como “ Fênix ” e Lewis Pullman como “Bob”.
De volta ao filme, as sequências de ação, todo o treinamento incluindo os voos de baixa altitude, combates aéreos, bem como Cruise em uma motocicleta vestida em sua jaqueta de couro Top Gun original, também são estrelas deste filme que busca muitas vezes flertar com a nostalgia do longa original de 1986, sem não nos causar nenhum estranhamento.
Todas as cenas de voo nas quais algumas são momentos infernais para Cruise, foram filmadas em reais F/A-18s da Marinha dos EUA, para os quais o elenco teve que ser treinado durante um processo brutal.
O trabalho autêntico que entrou em cada quadro mostra generosamente esse processo posto a prova.
À medida que os jatos cortavam a atmosfera e escovam o solo e treinavam acertar o alvo em movimento, tudo coerentemente editado por Eddie Hamilton, a sensação que eles geram parece milagrosa e digna de ser vista na maior tela que você puder encontrar.
No quesito entretenimento a mais recente aventura de Tom Cruise já te deixa na ponta do acento nos primeiros minutos do longa, fui sugado pelos absurdos do roteiro, que quando você achava que a equipe de roteiristas tinha atingido o limite das ações dos personagens, e das situações de extremo perigo, Christopher McQuarrie e equipe forçam o roteiro até (quase) explodir, com situações acontecendo com nossos personagens em sequência, uma em cima da outra, principalmente no 3º ato, foi uma das coisas mais empolgantes que vi nos últimos anos, quando achávamos que não dava para piorar, bum! Você era surpreendido com algo mais alucinante e absurdo, fazendo o telespectador ver esse último ato praticamente em pé.
O quão legal é poder ver um longa de ação desenfreada, quebrando recordes nos dias de hoje que poderia muito bem ser um blockbuster nos anos 90 ou início dos anos 2000, desafiando todo o mercado que gira em torno dos filmes de super-heróis.
Enfim, nunca me diverti tanto.
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