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The Batman - Crítica sem Spoilers

Atualizado: 5 de mar. de 2022

Matt Reeves nos apresenta um Batman novo, noir, realista e investigativo, mas sem deixar a ação de lado!


Após todos esses anos, vários diretores e atores encararam o trabalho de transpor um dos heróis favoritos dos fãs de quadrinhos. O vigilante mascarado passou por bons e também maus bocados na tela grande.


Após o sucesso de Superman: O Filme de 1978. Uma adaptação do Batman mais fiel era o caminho mais óbvio a ser seguido.



Entra em cena então, em 1989 Tim Burton, com sua versão do mascarado mais obscura e ao mesmo tempo mais inusitada. Com esse sucesso vieram outras tentativas de continuar o legado do homem morcego nas mãos de Joel Schumarcher que foram execradas pelo público e crítica.


Seria o fim do morcegão nas telonas?


Batman 1989


Batman ficou na geladeira por vários anos, até que um cineasta visionário chamado Christopher Nolan decidir aceitar o desafio e trazer o vigilante de volta as telas com sua visão mais realista. Isso era o que achávamos até ver essa nova versão de Matt Reeves chegar aos cinemas 10 anos depois.


Não comparar com a trilogia de Nolan, que conseguiu captar um Batman mais pés no chão, e traze-lo para os dias atuas. Com uma escrita primorosa e coadjuvantes super bem desenvolvidos, sem falar dos vilões. Matt Reves tinha uma missão quase impossível de tentar superar O Cavaleiro das Trevas e seu Coringa. Além de Batman vs Superman de Zack Snyder, com seu Batman mais amargurado e exausto, baseado quase que totalmente na obra aclamada de Frank Miller.


Batman vs Superman

Porém com toda essa responsabilidade, não vejo ninguém atualmente em Hollywood que faria um trabalho tão bom Reeves e Craig fizeram.


The Batman tentou se diferenciar e fazer ajustes em quase todos os aspectos, encontrando soluções mais simples como o rosnado/sussurro de Christian Bale por exemplo. E ele não tenta reproduzir o esquema de cores cinza de Snyder. O filme de Reeves é literalmente sombrio, praticamente se passa quase todo a noite com um clima chuvoso, mas ele compensa com a fotografia em um tom de marrom e com cores mais quentes, com reflexos alaranjados e amarelos, aparentando quase um filme noir, trazendo uma certa tensão e ao mesmo tempo um certo desespero ao filme. E, embora existam muitos vilões aqui, o filme ao contrário dos anteriores, nunca parece confuso.


O Charada, a Mulher-Gato, o Pinguim de Colin Farrell que está irreconhecível. Matt Reeves escolheu um elenco de apoio a ser aplaudido, e em alguns casos, ofuscando o próprio Batman de Pattinson.


Falando do nosso protagonista, ele entrega Tudo que esperávamos. Não temos muitas cenas de Pattinson como Bruce Wayne, mas nas que vemos em tela o ator se entrega ao um Bruce atormentado com seu passado, nada que não vimos em outras abordagens, porém sentimos sua dor apenas com seu olhar, e ele faz um trabalho excelente devido a pressão que foi jogado em suas costas.



Sobre o personagem que todos viemos ver, em toda sua imponência com o uniforme completo, posso arriscar dizer que o cavaleiro das trevas está em sua melhor apresentação mostrada nos cinemas.


Suas entradas e aparições estão mais épicas que sempre, surgindo das sombras como uma lenda ou um fantasma tomando forma diante dos nosso olhos. Destaque para Greig Fraser, diretor de fotografia, nos deixando de boca aberta em vários momentos do filme.


A ação e a violência, está mais crua e realista, nas cenas de luta sentimos que esta era a forma de combate que realmente aconteceria, chegamos a sentir os golpes e pancadas, e algumas cenas são tão bem coreografadas que parece que estamos vendo uma luta através de uma janela.



As outras cenas, como explosões parecem ocorrer em escalas reais. Tivemos na minha opinião a melhor perseguição de carros de todos os filmes predecessores, até mesmo a perseguição de Cavaleiro das Trevas do comboio policial, com o coringa no encalço, e Batman seguindo atrás com seu imbatível Batmovel, incluindo a cena do caminhão onde ele vira de uma forma inacreditável. Tudo bem executado, mas não deixa ser plastificado, e feito para ser grandioso como a visão de Nolan quer nos mostrar.



O Cavaleiro das Trevas

Já aqui temos uma perseguição sem tantos exageros, porém mais crível, com câmeras posicionadas em lugares estratégicos por Greig Fraser, fazendo uma perseguição que nos deixa na ponta dos acentos. O CGI está lá, porém é usado em menores doses deixando tudo mais natural e verídico.


Um personagem presente em todos os filmes, é a cidade em si. Gothan é mostrada como uma cidade saída das páginas das HQS. Uma cidade suja, e diferente da versão de Nolan como uma Chicago com algumas alterações ou a Gothan circense de Burton.


Gothan na visão de Tim Burton

Aqui a cidade tem vida própria e pra mim um dos maiores acertos de Reeves e Fraser. Junto com a cidade outro personagem que é bastante conhecido do público é a polícia e sua corrupção. Aqui é apresentada de forma mais básica, mas cumpre seu papel. Uma das abordagens que Nolan soube desenvolver bem melhor.


O Cavaleiro das Trevas

Collin Farrell, John Turturo, Zoë Kravitz, Jeffrey Wright, Paul Dano e como disse a própria cidade são os personagens principais desse filme. Deixando O Próprio Batman coadjuvante em seu próprio filme. Porém creio que na visão de Reeves foi proposital, deixando nosso herói nas sombras, percebendo que o seu problema é o menor de todos em meio esse caos.


O uso acertado do som é a chave para o efeito imersivo do filme, porém mais ainda pela a trilha sonora de Michael Giacchino.


The Batman é o filme de super-heróis, que não aparenta ser. Mas um filme sobre perdas e tentar fazer o que é dubiamente correto em situações que por mais que você tente não vai adiantar a curto prazo.


DC e Warner deixaram o controle criativo nas mãos de Matt Reeves e Peter Craig. Mas não deixamos de sentir a seriedade da trilogia de Christopher Nolan, então eles devem ter dado algumas diretrizes a serem seguidas no roteiro.


Matt Reeves e Pattinson no set

Apesar dos comparativos que fiz a cima com obras anteriores para termos um contexto do por que esse filme chegou agora, The Batman deve ser visto como foi proposto: Um filme que deve ser consumido como uma obra nova e sem ligações com seu passado nas telas. O longa não deve agradar a todos, devido a seu conteúdo mais sério, e principalmente sendo comparado com a sua rival Marvel, onde Homem-Aranha - Sem Volta Para Casa destruiu as bilheterias e ainda está bastante fresco na mente de todos os apreciadores do gênero.


Na opinião deste humilde redator, The Batman não é a melhor adaptação do Homem Morcego, mas não deixa de ser um acerto em cheio da DC, em um ano em que tem a faca e o queijo na mão com The Flash, Adão Negro e Aquaman 2, mostrando para a rival Marvel que ainda tem muita lenha a queimar.




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