Em 2022, os fãs de terror foram agraciados com um ano promissor, marcado por surpresas como Speak No Evil (Dinamarquês) e Noites Brutais. Obras como Não! Não Olhe!, de Jordan Peele, trouxeram camadas complexas sobre medo e sociedade. Destacou-se também Pearl, de Ty West, que oferece uma viagem perturbadora pela mente de uma jovem reprimida, desesperada para escapar da vida sufocante em uma fazenda familiar no início do século XX. Além disso, tivemos Men e filmes mais populares, como O Telefone Preto.
Nesse contexto, Sorria, um filme de terror com orçamento de US$ 17 milhões, chamou atenção ao arrecadar quase US$ 187 milhões nas bilheteiras. No entanto, apesar do sucesso, o primeiro filme apresentava falhas significativas que o impediam de se destacar em meio a essas obras na opinião deste redator.
A sinopse da sequência diz: "Prestes a embarcar em uma nova turnê mundial, a sensação pop global Skye Riley começa a vivenciar eventos cada vez mais aterrorizantes e inexplicáveis. Sobrecarregada pelos horrores em ascensão e pela pressão da fama, ela precisa confrontar seu passado sombrio para retomar o controle de sua vida antes que tudo saia de controle."
Sorria 2 tenta expandir a premissa do primeiro filme, mas tropeça na execução. Embora traga uma nova protagonista, interpretada por Naomi Scott, o enredo se perde ao tentar mesclar terror e a cultura das celebridades. O filme mantém os sustos constantes (jump scares) e uma atmosfera de tensão, mas falha em criar a profundidade emocional e narrativa que o gênero exige. O resultado é uma obra que, apesar de entreter em alguns momentos, não consegue alcançar o impacto do primeiro filme, que já buscava uma atmosfera envolvente.
Desde o início, Sorria 2 apresenta problemas. O filme se arrasta excessivamente; seus três atos poderiam ser resolvidos em apenas uma hora e meia. O diretor Parker Finn, que também dirigiu o primeiro filme, cai na armadilha de repetir os mesmos truques: sustos previsíveis e um uso exagerado da câmera de cabeça para baixo, como se considerasse o público incapaz de compreender o que está por vir. Esses recursos rapidamente se tornam cansativos, fazendo com que o filme perca força em vez de manter o clima de tensão que o original "tentava" captar.
Apesar de suas ambições, Sorria 2 não consegue capturar a essência que fez do primeiro filme um sucesso inesperado. Ao se perder em uma narrativa mergulhada em clichês, o filme falha em oferecer a profundidade emocional e o apego aos personagens que o gênero merece. Em um momento em que o terror mais atual da A24 e da Neon se destacam por suas camadas profundas e críticas sociais, Sorria 2 torna-se uma obra que, embora entretenha, não se eleva a um patamar memorável, deixando o espectador desapontado diante do que poderia ter sido uma continuação mais interessante, aproveitando o universo já criado.
Enquanto Sorria 2 tenta capturar o público "normal" e deve conseguir, filmes como Entrevista com o Demônio, Substância e I Saw The TV Glow se destacam como os melhores do gênero até agora em 2024. Ambos oferecem narrativas envolventes e exploram temas profundos, cada um à sua maneira. Contudo, a expectativa em torno de Nosferatu que estreia em em dezembro e é dirigido por Robert Eggers, promete desafiar todas essas obras com sua visão única e uma abordagem que respeita as raízes do terror clássico.
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