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Robô Selvagem | Crítica Sem Spoilers

A animação emocionante e diferenciada de Chris Sanders para a DreamWorks consegue entregar mais do que cenas bonitas e gráficos bem feitos. Robô Selvagem traz uma ideia diferente sobre retratar o afeto, a maternidade e qual a sua função no mundo em que você pertence, fazendo dessa animação uma grande concorrente de Divertida Mente 2.



Com a direção e o roteiro de Chris Sanders, — que também dirigiu Como Treinar o Seu Dragão e Lilo & StitchRobô Selvagem conta a história da robô Roz, uma unidade das chamadas ROZZUM, que são robôs funcionais e inteligentes que auxiliam nas tarefas dos seres humanos. Uma nave naufraga numa ilha desabitada e dá início à aventura épica de Roz, que precisa sobreviver às intempéries da floresta e da natureza. Sua única esperança é se adaptar ao ambiente hostil e avesso às suas programações. Para isso, Roz passa a conviver com os animais, aprendendo sobre a vida na selva e os modos de sobrevivência na ilha, assim como a se comunicar com eles. É durante essa exploração que Roz encontra um filhote de ganso e estabelece como missão cuidá-lo até que ele possa voar. Dessa relação improvável entre máquina e natureza surge um laço forte e inesperado com a ave órfã, fazendo com que Roz se aproxime de uma nova realidade, construindo uma relação muito singular com os animais nativos e fugindo de sua programação original.


De início o longa não prende muito a atenção, apesar dos acontecimentos serem rápidos em todo o filme, o começo — assim como em vários outros filmes — traz uma série de situações até que se chegue ao ponto onde as coisas se desenrolam de fato. No entanto, o roteiro consegue ser fluido e objetivo, com diálogos fáceis e sem enrolações, cheios de carismas. Isso é facilitado pela própria escolha do elenco de vozes do trio principal: Lupita Nyong'o / Elina de Souza como Roz, Pedro Pascal / Rodrigo Lombardi como a raposa Astuto e Kit Connor / Gabriel Leone como o ganso Bico-Vivo.



A trama, que de início parecia não entregar muito e ser um pouco rasa, consegue surpreender pela forma como acompanhamos a evolução de cada personagem e suas relações inter e intrapessoais. Ao mesmo passo em que é desenvolvida a relação de Roz com os animais da ilha e vice-versa, também conseguimos ver o crescimento pessoal de todas as personagens envolvidas nessa relação, e isso cresce até o último segundo do filme, causando boas reflexões. E ao julgar pelos trabalhos anteriores de Sanders, nota-se que esse desenvolvimento emocional das personagens é algo característico do diretor, e também muito bem construído.


É exatamente assim que o filme consegue cativar o público de todas as idades, Roz se vê em uma situação em que precisa se adaptar ao meio para cumprir sua tarefa de cuidar de um ser vivo, e para isso ela deve abandonar sua programação de fábrica, agindo totalmente por improviso e por seus instintos, tornando-se "mãe" de Bico-Vivo. Mas como uma ferramenta cibernética possui instintos se ela não foi previamente programada para sentir isso? Pois bem, é assim que o longa nos emociona, trazendo para a tela os próprios conflitos internos de uma protagonista que, na teoria, não deveria sentir afeto, e isso é retrato de modo terno e sensível.



Sobre os aspectos visuais do filme e na qualidade técnica das imagens, as cenas são bem feitas, a animação consegue mesclar diferentes recursos para a criação de uma fotografia satisfatória, que inclusive são os mesmos recursos de Gato de Botas 2: O Último Pedido, também da DreamWorks. Não é algo que chega a ser excelente, mas merece o seu mérito.



Em suma, o filme se configura como uma estreia muito boa, além de estar no nível de concorrer com Divertida Mente 2 como a grande animação de 2024.


Robô Selvagem já está disponível em toda rede Cinesystem.



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