Sequência? Reboot? Nada disso!
O gênero de terror/horror fascinou gerações de fãs fervorosos desde suas primeiras aparições na tela grande. Tendo grande destaque a partir dos anos 50 com Hitchcock e seu terror psicológico com clássicos como Psicose, Pássaros entre outros. Nos anos 60 vimos uma evolução do gênero com Roman Polanski e seu famoso Bebê de Rosemary. Já na década de 70 vimos um novo leque de filmes surgindo com temáticas totalmente diferentes como o clássico O Exorcista de William Friedkin, Alien de Ridley Scott, Madrugada dos Mortos de George Romero, e até mesmo Tubarão de Spielberg. Foi a década que o terror abriu o maior leque para introduzir o medo em várias esferas. Incluindo o gênero slasher com Halloween e O Massacre da Serra-Elétrica, abrindo portas para filmes nos anos 80 como A Hora do Pesadelo (este sendo do próprio Wes Craven), Sexta Feira 13, Brinquedo Assassino entre outros. Dando margem para o próprio Pânico chegar na década seguinte.
O Terror slasher metalinguístico de Pânico que surgiu em 1996 junto com vários outros tentando dar uma vida nova ao gênero slasher como Eu Sei O Que Vocês fizeram no Verão Passado, Lenda Urbanda, Candyman (que acabou de ganhar uma sequencia muito boa por sinal). Pânico se destacou entre todos, por não se levar tão a sério e brincar com o próprio gênero, de modo simples de como os personagens lidam e tomam decisões idiotas no meio de uma situação de vida ou morte, que na grande maioria acabam realmente em mortes. Além disso foi referencia para uma famosa franquia de comédia Todo Mundo em Pânico.
Além de referenciar os seus antecessores, com bastante fan service, Wes Craven conseguiu fazer um filme que é auto consciente, com os velhos clichês dos slashers sendo postos a prova com regras a serem seguidas. Isso fez o primeiro filme da franquia se diferenciar entre os demais. A meta linguagem utilizada é tão na cara que criaram filmes dos próprios acontecimentos dentro da narrativa. O que não deu tão certo em suas sequências apesar que Pânico 4 ter suas ressalvas.
Então como seguir daí para desenvolver um novo filme? Já sem seu idealizador Wes Craven que faleceu em 2015, os diretores Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett junto com os roteiristas James Vanderbilt (Zodíaco) e Guy Busick (Casamento Sangrento). Fizeram a melhor escolha possível, seguir o caminho do primeiro filme e ampliar suas qualidades metalinguísticas. E isso faz Pânico 5 ou somente Pânico como também é conhecido, no melhor filme da franquia desde o primeiro. Sem ser sequência ou reboot, mas como é citado no próprio filme como uma "requel" do primeiro longa. A ironia é tanta que os próprios personagens aparentam saber que estão em um filme que não é sequencia nem reboot, e cada um deles sabe que papel desempenhar.
O filme volta a Woodsboro, a pequena cidade onde tudo começou. Jenna Ortega interpreta Tara que quase soa propositalmente como terror, uma adolescente que se encontra sozinha enviando mensagens de texto para sua amiga, uma aproximação para os dias atuais e se encontra perturbada devido a ligações recebidas através do seu telefone “fixo” e uma voz terrivelmente familiar que pergunta a ela de quais filmes de terror ela gosta? lembrou de algo? O mais interessante é o fascínio da jovem por filmes de terror mais densos e inteligentes, como Babadook, Hereditário, Corrente do Mal e A Bruxa, e desdenha filmes de slasher cheios de sustos e tramas rasas, chamando o gênero de brega, deixando o psicopata furioso.
A irmã de Tara, Sam (Melissa Barrera), que fugiu de casa 5 anos antes, chega com seu namorado Richie (Jack Quaid) e revela um segredo sombrio sobre sua conexão com os assassinatos originais. E depois de conversar com o grupo de amigos de Tara, Sam pede ajuda ao policial veterano e inimigo de Ghostface Dewey Riley (David Arquette), cujo envolvimento traz Sidney Prescott (Neve Campbell) e Gale Riley (Courteney Cox) de volta. Trazendo o elenco clássico interagindo com a leva de novos personagens apresentados. Ghostface agora está envolvendo-os em uma sequência de reinicialização, o famoso "requel". O objetivo do grupo é apaziguar o fanatismo tóxico, dos filmes fictícios mostrados no universo Pânico. E Ghostface é o fã mais tóxico de todos.
Apresentando um elenco mais jovem, mas deixando os “personagens clássicos” como Riley, Sidney e Gale com grande destaque.
O filme em si remonta bastante ao primeiro Pânico, desde a cena de abertura até o 3º ato. A brutalidade e a sanguinolência estão lá, porém não inovaram tanto as cenas de assassinato. Se você prestar atenção nos pequenos detalhes você já consegue no mínimo deduzir quem é o assassino ou assassinos. A Protagonista não tem o mesmo peso que Neve Campbell teve no primeiro filme, diferente de sua irmã Tara que se entrega ao papel. O filme tem um ritmo frenético, apesar que no 2º ato consegue nos deixar dar uma respirada, há momentos que o filme brinca com sua expectativa, descontruindo tudo que conhecemos de filmes desse gênero. Os momentos cômicos e as referencias aparecem nos momentos certos, sem parecer forçados.
No geral Pânico 5 é uma experiência única, principalmente para quem já conhece a franquia e especialmente para quem é fã de terror e do gênero slasher.
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