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Os Fantasmas Ainda se Divertem | Crítica sem spoilers



Besouro suco, Besouro suco, Besouro suco! Basta dizer seu nome três vezes e o famoso espírito demoníaco, interpretado por Michael Keaton, irá aparecer para atormentar a todos enquanto se diverte. Faz 26 anos desde Os Fantasmas se Divertem e, desta vez, o segundo filme se passa nesse mesmo período, onde Winona Ryder retorna como Lydia Deetz para mais uma história com Besouro suco ou Beetlejuice no original.



O filme introduz Lydia, agora uma mulher adulta, que se tornou uma médium famosa, a qual possui um programa de TV onde ajuda pessoas a lidar com espíritos que assombram suas casas. Neste momento em que ela começa a ter vislumbres de Besouro suco e tem uma crise de pânico, assustada com o retorno do temível espírito. Assim, Rory (Justin Theroux), seu namorado e produtor do programa, tenta ajudá-la de alguma forma, mas, logo em seguida, Delia (Catherine O'Hara), sua madrasta, liga para falar sobre um incidente com seu pai, que, mais tarde, descobre que acabou falecendo em um ataque de tubarão. Por outro lado, no pós-vida, Besouro suco brinca sobre atormentar Lydia, só que sua alegria acaba quando ele descobre que sua ex-mulher voltou e está atrás dele.


De maneira direta, posso dizer que Os Fantasmas Ainda se Divertem não chega perto do que foi o primeiro, que surpreendeu bem na época com a conhecida ambientação extravagante do diretor Tim Burton, acrescida de seu horror e uma comédia pontual. Porém, sua continuação deixa a desejar, pois, ainda que as cenas com Besouro suco sejam ótimas, o roteiro quis dividir o enredo em dois caminhos, mas com histórias que acabam sendo sem graça.



Lydia vive o dilema de tentar se conectar com sua filha Astrid (Jenna Ortega), que não acredita que sua mãe possa ver fantasmas e se sentia distante dela por isso. E a ironia nisso é que a própria Lydia era rebelde com sua madrasta Delia, o que até traz um certo humor, porém a história de uma mãe e filha se entendendo já foi usado tantas vezes em diversos filmes que deixa a obra previsível. Mesmo que seja uma comédia, os roteiristas Alfred Gough, Miles Millas e Seth Grahame-Smith poderiam fazer algo melhor como o primeiro filme foi, mas, infelizmente, o clichê permanece.



Em relação as atuações, Michael Keaton, assim como no longa de 1998, está excelente e todas as suas cenas são hilárias. Ele é a melhor coisa da produção e rouba os holofotes a todo instante, mostrando mais uma vez porque é um demônio super poderoso, mas também é aquele personagem incrível e admirado por todos. Porém, desta vez, é curioso que ele ganhou uma subtrama que poderia agregar mais ao filme, mas que fica esquecida do meio para o fim. Na verdade, em vez de ser uma história que poderia desenvolver mais o personagem, acaba sendo apenas uma solução fraca para o final. Claramente, você percebe que aquilo tudo aconteceu para a história ser resolvida de maneira rápida, que é muito decepcionante.



Sobre Winona Ryder, ela está ótima como Lydia, que desta vez vive o papel de uma mãe preocupada em se aproximar de sua filha e volta a lidar com o trauma do fantasma (literalmente) do seu passado. Já Jenna Ortega não mostra nada demais. Se fosse qualquer outra atriz, não mudaria a história, então ela foi escalada para chamar atenção para trazer o público novo para assistir o longa-metragem. Por fim, não há muito o que dizer sobre Catherine O'Hara e Willem Dafoe. A atriz retorna para seu papel e está presente mais como uma figura cômica onde nem todas as suas piadas são boas, enquanto Dafoe, ao menos, parece se divertir com o papel. E prefiro nem mencionar sobre o papel de Monica Berlucci, que apesar de aparecer na publicidade do filme, praticamente, não tem tempo de tela.



Na direção, Tim Burton faz um bom trabalho, conduzindo bem a história, sabendo sempre fazer um jogo de câmera simples e rápido em diálogos, mas brincando principalmente nas cenas no pós-vida. E isso também ocorre com as cenas do nosso querido Besouro suco, onde o diretor monta as cenas de maneira rápida, mas sem deixar confuso, do mesmo jeito que ele fez em seu filme anterior. Inclusive, para quem é fã do estilo sombrio do diretor, vai gostar da direção de arte de Alex Baily, que é conhecido por seus trabalhos em Rogue One e Game of Thrones. Alex soube transmitir o grotesco e estranho comuns de Burton, que é perceptível tanto no mundo dos vivos com o figurino e penteados, mas, principalmente, os ambientes e a maquiagem dos fantasmas no pós-vida.


Falando de maneira resumida, Os Fantasmas Ainda se Divertem é um filme com um roteiro simples, mas que consegue se destacar mais com a brilhante atuação de Keaton e o trabalho de Burton. Os fãs do primeiro filme podem gostar por verem algumas referências do seu antecessor, presente até mesmo na música, mas, infelizmente, a história é bem inferior.




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