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Oppenheimer | Crítica sem Spoilers

Atualizado: 21 de jul. de 2023

A cinebiografia cheia de estrelas de Christopher Nolan é épica, grandiosa e imperdível.

Oppenheimer não é apenas mais um filme do visionário diretor. Afinal, é o primeiro projeto em sua nova casa, a Universal - que ele assinou após problemas na distribuição de seu longa anterior, Tenet com a Warner. Além disso, por compartilhar a data de lançamento com Barbie, a biografia do cientista considerado o pai da bomba atômica acabou ganhando ainda mais projeção.


Oppenheimer é o tipo de filme que nos desperta um sentimento as vezes caustrófóbico, com suas transições para demonstrar desde os átomos, as explosões parecem que milhares de vulcões estão prestes a saltar da tela e nos engolir. Mas elas não são as únicas imagens no magnífico filme de Christopher Nolan, que conta a história do homem que ajudou a criar a bomba atômica e lutou pelo resto de sua vida lidando com as consequências de seus atos.

Retratando a ciência e os medos que permeavam a mente de Oppenheimer. Essas imagens artísticas são esporádicas em um filme que nunca perde seu senso de realidade, mas revelam o quão ousadamente imaginativo e seguro o filme é de si.


Oppenheimer é a obra mais madura de Nolan segundo este redator.


Cillian Murphy, com seus olhos azuis gelados, domina o filme, interpretando Robert Oppenheimer com uma mistura que combina perfeitamente com esse personagem carismático e frio. A história nos leva desde seus dias de estudante na Europa, para seu tempo como professor na Califórnia na década de 1930, e depois para o Projeto Manhattan, o programa ultrassecreto dos EUA para construir armas nucleares em Los Alamos, Novo México, onde sua equipe corre para criar uma bomba para acabar com a Segunda Guerra Mundial. Murphy nos pega pela mão para essa jornada junto com ele, dos seus melhores momentos até os mais sombrios.

Nolan baseou seu filme na magistral biografia American Prometheus: The Triumph and Tragedy of J Robert Oppenheimer de Kai Bird e Martin J Sherwin e captura exatamente o que o título sugere: um herói trágico e profundamente perturbado que ajudou a moldar o mundo moderno e se tornou seu próprio pior inimigo além de uma vítima da política de Washington na administração de Hary S. Truman.


O evento principal claro é aquela primeira demonstração aterrorizante: o teste nuclear Trinity no deserto do Novo México em julho de 1945, quando diziam que Oppenheimer pensava silenciosamente (e mais tarde entoou na TV) as falas de Vishnu da escritura hindu, o Bhagavad-Gita: “Eu me tornei a morte, o destruidor de mundos…”.

Este é o big bang do filme, e ninguém poderia torná-lo maior ou mais avassalador do que Nolan. Ele faz isso sem simplesmente transformá-lo em uma transição de ação – embora este filme, com toda a sua audácia e ambição, nunca resolva o problema de sua própria insensibilidade: Tentar preencher as vezes em excesso com o tormento de Oppenheimer tentando mostrar a experiência japonesa e o povo de Hiroshima e Nagasaki.


Além de mostrar a vida de Oppenheimer, o diretor nos apresenta vários pontos de vistas em diversos momentos da história de vários personagens chaves que fizeram parte da história do próprio Oppenheimer.

O elenco de apoio é nada menos que excepcional, com o retorno de Robert Downey Jr. à atuação de alto nível e a presença hipnotizante de Florence Pugh, e possívelmente a melhor atuação de Matt Damon até os dias de hoje, aumentando ainda mais o brilho do filme. A química entre o elenco é inegável, aprimorando a experiência de contar essa história tão intimamente complexa.


E esse estilo de contar histórias de Nolan é assumidamente implacável, saltando para frente e para trás no tempo, uma imersão na vida de Oppenheimer e na criação da bomba. Pode exigir algum foco maior do espectador, mas as dicas visuais nos guiam por essa jornada não linear.

A fotografia do filme é rígida, crua, e simples que reflete a seriedade dos acontecimento se desenrrolando diante dos nossos olhos, mas também explode em momentos de cores vibrantes, especialmente quando a personagem de Florence Pugh está envolvida. A trilha aumenta a tensão, criando uma atmosfera que nos deixa ansiosos e o que ajuda com o ritmo do filme.


Apesar de sua duração de três horas, Oppenheimer é uma experiência cativante que passa voando, deixando você na ponta do acento e querendo mais. A genialidade de Nolan reside em sua capacidade de tornar histórias complexas mais acessíveis e envolventes.

Este filme não é apenas sobre a bomba atômica; ele investiga profundamente os conflitos morais e o espírito humano por trás dessa invenção que mudou o mundo.


Oppenheimer é uma prova do poder do cinema como arte, uma viagem intensa e instigante que o deixará estimulado e emocionalmente envolvido. É mais um respiro no cinema, após anos de super-heróis, sequências e remakes, provando mais uma vez que Nolan é um verdadeiro mestre no que faz, e por isso que todos seus projetos acabam se tornando eventos, tanto para artistas da área e para nós espectadores.


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