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O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim | Crítica sem spoilers



De volta à Terra Média, 200 anos antes dos conflitos em O Senhor dos Anéis, A Guerra dos Rohirrim conta a história do rei de Rohan e sua única filha, Hèra, os quais enfrentam uma grande batalha diante de um inimigo cego de vingança pela morte de seu pai.


Mais uma vez, a Warner realiza uma produção das histórias de J.R.R. Tolkien, agora uma animação sob direção de Kenji Kamiyama, conhecido por dirigir as séries animadas Eden of the East (Higashi no Eden) e Moribito: Guardian of the Spirit (Seirei no moribito). Assim, apesar de uma decisão bastante criativa em realizar uma produção de animação, a história não é um épico tão grande quanto parece ser.



Gostaria de comentar, inicialmente, sobre a animação feita pela Warner Bros. Animation, que produziu um traço belíssimo com uma estética que lembra um pouco as animações japonesas dos anos '80, mas também trouxe a cultura celta e já conhecida das histórias de Tolkien. A direção de arte é fantástica, uma das melhores coisas desse filme, que foi bem atencioso aos detalhes de vestimentas, como roupas e armaduras, bem como a arquitetura dos edifícios. Para qualquer fã da saga que for assistir esse longa, saberá imediatamente que é uma produção fiel a obra no quesito artístico.


Todavia, não quer dizer que a animação foi perfeita como um todo. Na primeira parte do filme, ela não tinha fluidez e, por vezes, quando alguém se movia e gesticulava, era quase estático, fora que parecia haver momentos que os movimentos labiais não estavam em sincronia com a voz, o que gerou incômodo. Felizmente, isso não é algo que persiste em O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim, pois, assim que a obra começa a se desenvolver e mostrar seus conflitos, ela melhora bastante, de forma que até mesmo vemos diversos jogos de câmera, fazendo com que o espectador esqueça que está assistindo uma animação por um momento. Sejam cenas de batalha que possuem uma ótima ação ou até mesmo quando a câmera gira e se afasta, Kamiyama faz questão de lembrar mais uma vez o espectador que está assistindo um filme baseado em uma das histórias do professor Tolkien.



Em relação ao elenco, maior parte faz um excelente trabalho, como Brian Cox que interpreta Helm Hammerhand, pois, mesmo que ainda seja velho, ele mostra de fato porque ainda é rei e o senhor de Rohan. Não apenas o personagem mostra grande proeza em batalhe vigor, Brian consegue viver seu personagem e demonstrar toda sua imponência. Outro que também acho que merece elogios, é Luca Pasqualino, que dá voz a Wulf. Lucas é responsável pelo principal inimigo da história, mas, diferente de seus heróis, é alguém está cego pela vingança e é bastante ardiloso em seus métodos, ousando mentir sem se preocupar com sua imagem, apenas para conquistar o que deseja. E ele sabe usar cada palavra a seu favor, colocando o peso da emoção sempre que necessário.



Mas nem tudo são flores e isso se deve a Gaia Wise, que interpreta a principal figura da história: Hèra. Não há nada de errado com a personagem, na verdade, ela é uma grande inspiração e muito admirável, pois exatamente como vemos na abertura do filme, em que ela alimenta uma das Águias Gigantes, percebemos ali que ela é alguém de espírito livre e corajosa. Entretanto, Gaia não consegue chegar ao mesmo nível da personagem ao interpretá-la, pois em alguns momentos, como transmitir a dor da personagem, ela não consegue mostrar a tristeza que Hèra está de fato sentindo, ou então suas preocupações. Dessa forma, é um pouco frustrante nessas situações, pois não atinge o peso emocional ideal que presenciamos, mesmo que a atriz ainda se saia bem em outros momentos.


Para alguém que ficou com a responsabilidade de interpretar a protagonista, ela não conseguiu atingir a mesma qualidade que seus colegas de elenco e isso talvez seja por ela ser menos experiente que os outros e que em A Guerra dos Rohirrim tenha sido sua primeira vez trabalhando em uma animação. Já outros membros do elenco, como Lorraine Ashbourne (Olwyn), Michael Wildman (General Targg), Benjamin Wainwright (Haleth) e Yazdan Qafouri (Hama), realizam um bom trabalho, mas não possuem tanto destaque quanto os três citados anteriormente.



Já sobre a história em si, é muito bom conhecermos algo antes dos eventos de Senhor dos Anéis, principalmente, sobre os Rohirrim, como são chamados os cavaleiros de Rohan, que é um dos grandes destaques da trilogia do anel. Ouvir sobre o grande rei Helm era uma coisa, mas ver, de fato, o que ele podia fazer, empolga qualquer um, onde não apenas ele, mas todos os seus três filhos Haleth, Hama e Hèra mostram porque fazem parte da família Hammerhand, conhecidos pela sua grande coragem e habilidades de combate. Agora sobre todo o conflito, ele não é tão grandioso como os trailers querem mostrar. Não me entendam errado, há momentos incríveis de assistir, só que a história é vendida como um grande épico e não é bem assim. É um ótimo filme para ver e vale a penas assistir no cinema, mas o marketing e o seu título prometeram demais, então, talvez se a publicidade fosse mais adequada, a experiência poderia ser mais proveitosa.


Por fim, uma das coisas mais importantes para se analisar na franquia de Senhor dos Anéis, é sua trilha sonora e Stephen Gallagher com certeza não decepciona. E esta não é a primeira vez de Stephen na franquia, pois trabalhou junto do compositor Howard Shore em O Hobbit: Uma Jornada Inesperada. Então não é surpresa sentirmos uma sensação de familiaridade sempre que uma música toca e ambientaliza muito bem uma história da Terra Média, que é algo fundamental para um filme de Tolkien.


O Senhor dos Anéis: A Guerra dos Rohirrim é um belo filme e uma ótima animação, com cenas de tirar o fôlego em questão de paisagem ou de combate, onde podemos conhecer mais detalhes sobre Rohan, um dos reinos mais conhecidos da franquia. Porém não é uma história tão épica quanto prometeu, mas, ainda assim, anima o público e, principalmente, os fãs da saga do anel. Em vista disso, minha nota é:




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