Trazer a grandeza do passado e ter que dar, ao mesmo tempo, uma cara nova a uma franquia que já foi tão mal tratada é algo bem desafiador. Com um reencontro entre James Cameron, Linda Hamilton e Arnold Schwarzenegger, o filme com certeza ganha alguns pontos com o espectador. E esquecer todos os outros filmes que vieram após O Julgamento Final também foi uma boa ideia. Mas até onde isso tudo foi uma ideia?
Começando pelos acertos... Linda Hamilton ainda consegue ser a Sara Connor badass que nos foi apresentada no segundo filme. Além disso, o roteiro soube respeitar o peso da idade, já que a história se passa 22 anos após os eventos de O Julgamento Final, trazendo uma mulher que usa mais armas e sua inteligência na hora da ação, no lugar de sua força física. Outra coisa interessante é como a trama conseguiu introduzi-la na história, fazendo parecer ser coisa do destino, mesmo com o futuro em aberto deixado pelo segundo filme.
Já nosso querido e carismático Schwarzenegger está no padrão dele de sempre (o que significa que ele está ótimo no papel), dado seu tom “mecânico” ao T-800, que aqui assume o nome de Carl. E olha, suas explicações sobre como ele lida com seus afazeres, enquanto finge ser um humano comum são engraçadas.
Em alguns momentos o filme deixa claro que tem a mão de Cameron ali, com algumas explicações inteligentes e cenas de ação bem encaixadas. E, apesar de não ter muito a dizer, outro ponto positivo é a introdução de Mackenzie Davis como Grace, uma humana aprimorada, que consegue convencer em seu papel, entregando uma atuação muito boa.
Outra coisa que agrada no filme é a evolução do conceito de mudança do tempo e seus resultados no futuro. Aqui, depois do resultado do segundo filme, o futuro mudou bastante, não havendo um “juízo final” na data estabelecida nos primeiros filmes, e criando um inimigo tão ruim quanto a Skynet: A Legião.
E para finalizar a parte boa, vamos falar da ação, pois aqui o filme consegue entregar algo realmente bom. Tim Miller ainda não tem um histórico gigante e respeitável, mas mostra que entende um pouco disso, mostrando cenas bem coreografadas e muito bem elaboradas.
Agora vamos falar de alguns problemas... Gabriel Luna e Natalia Reyes. Luna não convence como Rev-9, o novo modelo que combina o T-800 de Schwarzenegger e o T-1000, interpretado por Robert Patrick em O Julgamento Final. Infelizmente, Luna não consegue passar o ar ameaçador que Patrick conseguia em sua atuação em 1991, deixando todo o medo apenas para a ideia por trás de seu personagem. Reyes interpreta Dani, que vem com a função de substituir John Connor – mais uma vez, você terá que assistir para entender este comentário –, mas mostra que ainda é uma atriz muito inexperiente, entregando uma atuação digna de alguma minissérie teen aleatória que esteja na moda, e enfraquecendo um pouco a pegada “girl power” que ela aparentemente deveria dar com a personagem.
Outro ponto negativo é em parte da motivação do T-800 presente na trama, que apresenta uma boa ideia e excelente contexto para sua existência nela, mas que se perde ao tentar aproximá-lo demais de um humano, perdendo parte do que foi estabelecido nos primeiros dois filmes.
Infelizmente, o filme também comete alguns erros que as sequências descartadas cometeram, como tentar humanizar demais as máquinas. Porém, o filme está longe de ser ruim! Ele ainda consegue ter mais acertos do que erros e, sem sombra de dúvidas, conseguem ser melhores do que Exterminador do Futuro 3: A Rebelião das Máquinas (2003), O Exterminador do Futuro: A Salvação (2009) e O Exterminador do Futuro: Gênesis (2015), juntos! Mas, infelizmente, o filme ainda não é o que realmente se esperaria da sequência de O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final, sendo apenas um filme legal e uma reunião de elenco nostálgica.
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