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Mulan | Crítica

Sem spoilers!

Finalmente o Canal Bang assistiu ao mais novo live action da Disney! Mulan foi um filme com um calendário extremamente preocupante devido ao cancelamento das estreias ocasionado pela recente pandemia e distanciamento social. O longa que deveria chegar aos cinemas no começo do ano foi adiado inúmeras vezes até ter o seu lançamento transferido para a plataforma Disney+, o serviço de streaming da Disney. Para alguns foi uma jogada arriscada, entretanto, é provável que a Disney tenha encarado a realidade, sabendo exatamente o que fazer ao lançar o filme no streaming.

Essa é uma daquelas produções que não tem uma linguagem cinematográfica inteiramente ocidental, o que de alguma forma acabaria afetando drasticamente a bilheteria do filme. Inicialmente, Mulan soa como um daqueles clássicos filmes chineses (isso para quem estiver acostumado com a narrativa dessas produções e com os atores aqui também presentes: Donnie Yen e Jet Li) e talvez esse tenha sido o objetivo da diretora Niki Caro, que na maior parte das cenas de luta, homenageou aos clássicos filmes orientais, entretanto, isso não enfraqueceu a importância do contexto para a produtora do Mickey, o que no final entregou um trabalho com discussões bastante atuais.

A história de Mulan sempre foi considerada impactante; e mesmo que em 1998 a Disney tenha realizado uma excelente adaptação em animação, a nova versão do filme resgata os valores do clássico conto chinês de uma forma bem diferente do longa animado noventista. A nova versão não soa como uma refilmagem take à take da animação (como no caso de O Rei Leão ou de A Bela e a Fera); Mulan tem a sua própria narrativa e diferente dos filmes citados, esse é um daqueles trabalhos que realmente fazem sentido em ganharem uma nova versão, especialmente pela poderosa mensagem do filme. Infelizmente a China ainda é uma nação muito conservadora e muitos elementos desta atual produção, principalmente os que se referem à luta por direitos, acaba sendo voltada para uma realidade ocidental do filme.

Quanto ao lado negativo da produção, é totalmente compreensível que eles tenham aberto mão de elementos cômicos da animação para dar um tom bem mais sério nesta nova adaptação; entretanto, muitos momentos do filme acabam passando uma superficialidade, onde talvez fossem mais profundos caso tivessem a continuidade das cenas ou mais adaptações instrumentais das clássicas canções da Disney. Um outro fator que talvez não agrade muito aos fãs antigos, é o fato da transferência de personalidade entre alguns personagens, principalmente naqueles que buscam um contato maior ao tentarem desenvolver sentimentos com a protagonista. Esses pontos podem fazer o filme perder credibilidade e motivar críticas negativas. Mulan não copia a animação dos anos 90, nem mesmo o tom leve e doce da mesma.

Apesar do que foi discutido no parágrafo anterior, é necessário dar uma chance para Mulan. O filme retrata as dificuldades do treinamento da protagonista (interpretada com seriedade pela atriz Liu Yifei) e seus esforços para esconder seus traços femininos. Mas Mulan não se transforma em um homem. Em nenhum momento cometeram o erro de acrescentar a maquiagem ou de transfigurar a sua imagem. Ela é completa com a própria força e identidade feminina enquanto convence e transforma o ambiente ao seu redor. Mulan é uma bela história sobre medo, coragem, tradições e família. Enfim, “...a menina se tornou guerreira; a guerreira se tornou líder; e a líder... se tornou lenda.”










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