O diretor Sam Raimi traz horror ao Universo Cinematográfico Marvel de uma forma impressionante.
O primeiro Doutor Estranho foi um deleite visual, assim como WandaVision. Claro, quando você tem um projeto de grande orçamento sobre feiticeiros e bruxas, Você tem a obrigação de fazer algo visualmente surpreendente. E essa é a chamada de Doutor Estranho 2. É um dos filmes do MCU mais bonitos de todos os tempos.
Mas não é tudo sobre CGI e ação. O Multiverso da Loucura é bem-sucedido porque, em sua essência, é uma história de emoções humanas e as explora lindamente. Há Strange lidando com a questão: 'Estou feliz?' e Wanda, imaginando 'o quão longe se deve ir para conseguir o que você quer'. E América, tentando equilibrar seu medo e culpa. O roteiro trouxe essas emoções à tona, permitindo que o CGI o embelezasse, não o mascarasse.
Antes de Sam Raimi revitalizar o gênero de super-heróis com a série Homem-Aranha, estrelada por Tobey Maguire, o cineasta era mais conhecido pela franquia Evil Dead ou Uma Noite Alucinante no Brasil, considerada um marco no gênero de terror. Então, quando o cineasta entra no Universo Cinematográfico da Marvel com Doutor Estranho no Multiverso da Loucura, ele combina a ação do filme de super-herói com um horror alucinante, mas ainda consegue se concentrar no aspecto mais importante, a narrativa.
Em poucas palavras, Multiverso da Loucura decola de onde Homem-Aranha: Sem Volta para Casa termina e vê Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch) tentando conter as consequências de seu feitiço de fratura do multiverso. Ele também pega emprestado elementos e pontos da trama de três séries da Marvel, WandaVision, What If…? e Loki.
A Caixa de Pandora que Stephen Strange abriu em Sem Volta Para Casa continua a assombrá-lo. Ele agora deve salvar o Multiverso antes que algo (ou alguém) catastrófico aconteça. E ajudando-o nessa empreitada está America Chavez (Xochitl Gomez), uma adolescente com a capacidade de viajar entre universos.
Mas a surpresa do filme é seu elemento de terror. Quase não há sustos, mas a trilha sonora traz à tona perfeitamente o terror de ser perseguido por um 'monstro' ou algo sobrenatural. E é isso que o Multiverso da Loucura faz muito bem. Há cenas que provocam suspiros e aumentam a tensão, fazendo você temer pela segurança dos protagonistas.
As atuações do elenco principal são a cereja do bolo. Benedict Cumberbatch é o próprio Doutor Estranho ou Doutores Estranhos. O ator indicado ao Oscar mostra neste filme por que ele é tão conceituado. O próprio Kevin Feige disse que ele deve ser a peça central do MCU daqui para frente e isso é mostrado neste filme.
Xochitl Gomez como America Chavez é uma boa adição à franquia e ela se sai muito bem, cercada por atores talentosos. Mas é Elizabeth Olsen como Wanda/Feiticeira Escarlate, que facilmente rouba a cena. Se você achou que o desempenho dela em WandaVision foi digno de aplausos, espere até vê-la aqui. Ela combina o tormento de uma mãe e ser a ameaça de uma bruxa perturbada perfeitamente.
No fim das contas considero o filme um longa de terror, com elementos e personagens da Marvel, nesse quesito alguns fãns mais xiitas podes estranhar ou até não gostar. Claro, o filme segue as guidelines dos filmes do estúdio, tem momentos cômicos e várias referências do MCU. Mas as referências que mais me agradaram foram aos filmes de terror clássicos, eu como fã desse gênero consegui aproveitar todas, desde Carrie, A Estranha, pinceladas de O Exorcista, e filmes do próprio Raimi como Evil Dead, com a fotografia deixando tudo mais vertiginoso, elementos de Arraste-me Para o Inferno e O Grito onde Raimi foi produtor. Esse fã service foi para nós.
Já o fã service que os fãs da Marvel esperavam, e teorizaram estão lá, mas não vão encontrar a nostalgia encontrada em Sem Volta Pra casa.
As participações especiais, especialmente quando somos apresentados aos Illuminatis deixaram os espectadores em êxtase, com alguns personagens que nem em teorias estavam sendo discutidos, aparecem em tela para surpresa e alegria de todos. Porém esse é um dos pontos fracos do filme, além de ser aparições breves, foram mal desenvolvidos, apesar que o destino deles foi maravilhosamente chocante.
Pra esse redator que vos escreve, o filme foi uma experiência quase única, que nunca pensaria ver um filme deste tipo na Marvel.
Como citei acima, o roteiro segue a formula Marvel, mas a liberdade dada a Sam Raimi foi gigantesca. Isso prova que a Marvel está mudando, e para melhor, Doutor Estranho no Multiverso da Loucura foi um filme arriscado, novamente pode não agradar a todos, mas para mim acertou em cheio.
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