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Alien: Romulus | Crítica sem Spoilers

Dirigido por Fede Álvarez (O Homem nas trevas), que divide o crédito do roteiro com Rodo Sayagues, “Alien: Romulus” conta uma história familiar e pouco original de adversidade, perseverança e uma árdua luta pela sobrevivência. O filme se concentra em Rain (Cailee Spaeny), uma trabalhadora presa em um contrato de 20 e poucos anos em uma sombria colônia de mineração no espaço. Lá, junto com Andy (David Jonsson), um androide problemático que ela ama e chama de irmão, Rain sonha em deixar o planeta sem sol e as condições precárias que condenaram seus pais a mortes prematuras. Ela logo tem sua chance quando alguns amigos revelam que estão planejando uma fuga para uma estação espacial abandonada que, convenientemente, paira acima do planeta.

Álvarez até desenvolve essa premissa de forma eficiente, apesar de um primeiro ato um pouco apressado, não demora muito para que Rain e companhia estejam se esgueirando pelos corredores assustadoramente vazios da estação, explorando suas salas de ponta-cabeça e desvendando seus mistérios que, na verdade, não são tão misteriosos. (Álvarez dedica bastante tempo para exibir seus cenários, que são mais envolventes do que os próprios personagens.) Achei difícil sentir empatia pelo elenco jovem, tirando um pouco da dramaticidade quando a contagem de corpos se inicia. Uma exceção é Spaeny, que interpretou Priscilla Presley em Priscilla, de Sofia Coppola, é uma atriz cativante, sua juventude e de pequena estrutura sugerem, de forma enganosa, uma vulnerabilidade quase infantil, e você imediatamente simpatiza com Rain. O que a mantém destacada em à toda situação é, em grande parte, manter um hábito e a familiaridade com a franquia: afinal, ela é a heroína e a herdeira simbólica de Ripley vivida por Sigourney Weaver no Alien original de 1979.

Essas ameaças logo aparecem, causando o já esperado caos sangrento de sempre. É interessante vê-los, mesmo que, nas sombras que os designs originais de HR Giger ainda impressionem, não saturados apesar de todas as sequências e crossovers. Certamente, os alienígenas são uma companhia melhor do que os amigos humanos de Rain, que são um grupo tão genérico que parecem ter sido criados apenas para saciar nossa sede de sangue. Apesar de pequenas diferenças nas personalidades dos personagens, o aspecto mais distintivo deles é como e quão rápido cada um morre. Isso é uma pena, e acaba não tendo peso.

Apesar dos problemas, o filme de Álvarez consegue contar uma história coesa e empolgante, a ideia geral aqui é tentar fazer um híbrido dos dois filmes de maiores sucessos da franquia, Alien - O Oitavo Passageiro com seu terror claustrofóbico dirigido por Ridley Scott e sua sequência mais focada na ação, Aliens, O Resgate dirigido por James Cameron, Inclusive os eventos do filme se passam entre os dois. É possível sentir durante o longa em cada cena para qual dois clássicos Romulus esta pendendo. As referências são muito bem-vindas, mas algumas escolhas narrativas parecem tentar forçar um pouco demais uma conexão com ambos os filmes, principalmente o 3º ato, que conta até com referências á Prometheus, que na minha opinião foi um dos poucos acertos da franquia, mas o desfecho em si apesar de ser até mais chocante que os filmes clássicos, não inovou em nada.

Para o espectador de primeira viagem, Alien: Romulus é um thriller de ficção científica com elementos de terror que vai agradar, não faltam sustos, cenas de ação empolgantes, os designs das criaturas estão fenomenais, os cenários estão em outro nível em comparação com outros filmes do gênero e o mais espetacular são efeitos visuais, não pouparam dinheiro nas cenas externas das naves, do planeta e do próprio espaço em si.

No fim das contas é um filme que vai entreter, é uma obra prima se o compararmos com Alien 3, Alien – A Ressurreição e o último projeto Alien: Covenant e isso em sem contar os desastrosos crossovers Alien Vs. Predador.


Tem todos os elementos do que se esperar de uma boa ficção científica e uma ótima experiência para quem gosta de terror.


Vale a visita ao cinema, só controle suas expectativas.


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